Mais conteúdo, menos anúncio. Entenda por que
Obviamente, o mercado como um todo mudou drasticamente desde a revolução industrial. Anúncios publicitários surgiram a partir da necessidade de diferenciar os produtos uns dos outros, visto que diversas empresas passaram a oferecer mercadorias muito semelhantes. Em um primeiro momento, a comunicação publicitária ocupou-se em explorar características inerentes dos produtos para diferenciá-los dos seus concorrentes. Quando isso não era mais suficiente para persuadir e conquistar novos consumidores, passou-se a associar valores subjetivos ao consumo de marcas. Isso é, os anúncios passaram a oferecer emoções e status associados aos produtos. E então chegou a última década para mudar tudo novamente.
A verdade é que o excesso de mídia fez com que a comunicação publicitária perdesse credibilidade. Hoje as pessoas têm mais consciência sobre como o mercado e a indústria funcionam e não acreditam mais cegamente no que as empresas dizem. O advento e popularização da internet e das redes sociais tiveram grande influência nesse processo. A informação foi democratizada. Consumidores deixaram de ser meros receptores de mensagens e passaram a ter voz ativa nesse diálogo, influenciando outros consumidores. E esses consumidores não estão mais interessados em empresas cujo único objetivo é a obtenção de lucro.
Nesse novo paradigma do mercado, a comunicação precisou se reinventar de dentro para fora. As marcas estão sendo impelidas a se tornarem cada vez mais transparentes e terem alguma função sócio-ambiental. As pessoas querem saber por que essas empresas existem e quais são suas contribuições para o mundo. A relação entre marca e consumidor tem se voltado para a além da dinâmica do consumo. É nesse contexto que surge o Marketing de Conteúdo.
A comunicação publicitária não deixou de existir, ela só precisou se refazer. Na verdade, ela precisou passar a se fazer produtiva em vez de oferecer meras mensagens de fins comerciais. Marketing de Conteúdo nada mais é do que oferecer informações úteis para a vida das pessoas. Nessa nova dinâmica, procura-se oferecer conteúdo valioso para que que os consumidores escolham acompanhar determinada marca em vez de forçá-los a serem impactados por anúncios através de diferentes veículos de comunicação.
O conteúdo deve ser relevante por si só e não precisa, necessariamente, se relacionar com produto vendido pelo comunicador. De entretenimento e humor a conhecimento técnico, ele pode assumir os mais variados formatos. Desde que ele tenha utilidade real para os públicos que se deseja atingir, o conteúdo estará cumprindo o seu papel.
O objetivo central desta dinâmica é gerar relacionamento. O conteúdo é uma ferramenta para aproximar-se do consumidor através da oferta de algo valioso para sua vida, o que o incentiva a acompanhar de perto os canais da empresa. Desta forma, a compra de produtos daquele anunciante acaba acontecendo naturalmente, pois, no momento que surgir o desejo ou a necessidade de determinado produto, a marca estará no imaginário imediato daquele consumidor.
Qual é a minha especialidade? Sobre o que posso falar com propriedade? Como minha marca pode ser útil no dia a dia dos meus consumidores em potencial? Qual é a contribuição que meus canais podem dar para as pessoas? Que tipo de informação é aderente à minha marca e aos meus consumidores? Sobre o que os meus concorrentes não estão falando? Como posso melhorar a imagem da minha marca através desses canais? São algumas perguntas que os setores de marketing ou comunicadores devem fazer ao planejarem o conteúdo digital de determinada marca. No entanto, o mais importante para que a estratégia tenha sucesso é a autenticidade. Seja genuíno, fale sobre o que está no coração da empresa, conte histórias, explore sentimentos. Acredite, as pessoas percebem a diferença.